“O móvel não é só a figura, a peça, não é só o material de que esta peça é composta, e sim alguma coisa que tem dentro dela. É o espírito da peça. É o espírito brasileiro. É o móvel brasileiro”. Criador da poltrona Mole – um ícone do mobiliário nacional que em 2017 completou 60 anos – Sergio Rodrigues foi um dos responsáveis pela projeção internacional do design brasileiro.
Hoje, peças suas e de grandes nomes como Joaquim Tenreiro, José Zanine Caldas, Flávio de Carvalho, Paulo Alves, Jader Almeida, Irmãos Campana e Zanini de Zanine ganharam status de arte e, por meio de suas linhas, levam nosso DNA e nossa cultura pelo mundo. São, por exemplo, poltronas com desenho inspirado nas colunas de Niemeyer do Palácio da Alvorada ou nas cuias e tigelas de barro usadas pelos indígenas.
Unindo conceito, estética, história e funcionalidade, os móveis assinados se tornaram objeto de colecionadores, pessoas que apreciam e valorizam objetos com identidade, desenho único e design. É um público que tem interesse em cultura, arte, música e que reconhece o valor cultural deste mobiliário.
Para quem se interessa e quer conhecer mais sobre o assunto, Maria Cecilia Loschiavo e Tatiana Sakurai, professoras da USP, acabam de lançar o livro “Móvel Brasileiro Moderno”. Em mais de 400 páginas, a obra analisa o trabalho de 15 dos mais representativos designers de mobiliário brasileiro no período moderno, entre os anos 1940 e 1970, como Lina Bo Bardi e Jorge Zalszupin.